De acordo com o Estilista Mario Queiroz, A moda masculina...
Pesquisador incansável, o estilista Mário Queiroz tem acompanhado e atuado diretamente no processo de transformação da moda masculina no mercado nacional. Ele que é um dos coordenadores do Curso de Design de Moda da Universidade Anhembi Morumbi fala com exclusividade ao Moda Brasil + Design, analisa fatos e faz apostas sobre este competitivo segmento.
Moda Brasil + Design: De que forma a SPFW tem contribuído para a sua marca e mesmo para você, como criador?
Mário Queiroz: Participar de uma semana de moda é muito importante para qualquer estilista, em qualquer lugar do mundo. No caso de São Paulo, temos uma estrutura muito boa, desfiles interessantes e uma grande mídia presente. Para a marca, é essencial sob vários aspectos e, acima de tudo, como estímulo.
MB+D: Qual a sua percepção ao olhar para a trajetória da marca Mario Queiroz ao longo dos anos?
MQ: Para uma marca com 13 anos, já fizemos muito. A cada coleção, há sempre um estilista contando suas estórias. Fizemos mais de 40 grandes desfiles durante este período, considerando nossa participação no Phytoervas, Casa de Criadores, Dragão Fashion, Salão do Pret-à-Porter de Paris além de outros.
MB+D: Para você, que tipo de transformações ocorreram no mercado de moda masculina?
MQ: Muitas, mas não são tão perceptíveis assim. Ao mesmo tempo, influenciam mais do que possa parecer. Este é, aliás, o meu foco de interesse, como estilista e pesquisador. Tratei deste assunto na dissertação do mestrado pela PUC-SP, e pretendo continuar no doutorado.
MB+D: Você crê que o Brasil “amadureceu” em termos de criação neste segmento?
MQ: Estamos sempre em crescimento. A trajetória ganha quilometragem e sabemos mais sobre o caminho. A história política e econômica do País nunca ajudou, mas inegavelmente somos um povo que “tira leite de pedra”.
MB+D: O varejo entende a nova linguagem da moda masculina? O que falta?
MQ: O varejo significa grandes redes com lojas e produtos iguais em todos os shoppings-centers, estejam eles onde estiver. Mas também são os pequenos negócios, dirigidos e, acredito, mais comprometidos com a proposta de apresentar produtos mais criativos.
MB+D: O homem brasileiro tem informação o suficiente para criar o seu próprio estilo?
MQ: A leitura que tenho de homem é bem internacional. Creio que o homem em todo mundo sofre com os encargos que recebe ao nascer. Aqui há ainda outra questão: a moda não é acessível porque designers recebem poucos incentivos.
MB+D: Quais os caminhos que a moda masculina seguirá, de acordo com o seu olhar de criador?
MQ: Teremos, cada vez mais, grandes redes também preocupadas com as exigências de consumidores mais informados. Mas, obviamente, estas redes estarão sempre atentas à produção em massa. Como contraponto, pelo número de jovens interessados em design, cada vez mais surgirão pequenas lojas, comércios alternativos – incluindo a web.
Por Eleni Kronka
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